Ano de Caloira

17:33

Opinião totalmente baseada na minha própria experiência.
Há muito que queria abordar este assunto: o meu ano como caloira. Quem me conhece, sabe que sempre disse "vou experimentar e vou acabar", fui sem qualquer medo, sem qualquer receio. E agora que estou deste lado, sei o quanto muitos miúdos aparecem numa praxe com medo, medo que trazem de casa implementado pelos pais, medo por causa da situação do Meco, medo por causa daqueles famosos panfletos que a DGES andou a distribuir que diziam "Praxe não é obrigatória. É possível escolher". Na minha praxe sempre nos disseram isso e quando digo sempre, quase o repetiam em todas. Ninguém obriga ninguém a fazer X ou Y. Toda a gente que frequenta a praxe está lá pura e simplesmente porque quer. Digo-vos já em primeira mão que o ano de caloiro é o melhor ano, a verdade é que não volta mais e dou por mim a desejar muitas vezes que volte, por isso aproveitem bem se o estão a viver agora e se não, façam como eu e escrevam sobre isso.

A verdade é que praxe és tu que a fazes. És tu que decides se queres sujeitar-te a X. Basta um puro e simples "não" da tua parte se levar com produtos alimentares vai contra as tuas crenças - já aconteceu na minha e pura e simplesmente ninguém ficou chateado com isso. Posso dizer-vos que no meu ano de caloira nunca disse um "não" e sabem porquê? Porque quem estava do outro lado tinha a perfeita noção do que era ser praxado e de quais devem ser os limites. A tua experiência baseia-se nas pessoas que te praxam, naquilo que quem está do outro lado te ensina, dos seus ensinamentos sábios ou parolos e principalmente, do seu carácter como pessoa. 

Agora que estou do outro lado, sei bem aquilo que os trajados têm de preparar para que uma praxe seja praticamente perfeita. É preciso dedicação, trabalho, perder tempo que podíamos estar a utilizar para outras coisas. Mas a verdade é que no final, tudo vale a pena. Seja como caloira ou como trajada, não trocaria isto por nada deste mundo.

Por isso querida DGES, que me transferes todos os meses o dinheiro da bolsa, a praxe é união e dedicação mas por favor, não deixes de depositar-me o dinheiro na conta todos os meses por causa desta minha opção!

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5 Opiniões

  1. fui praxada, e este ano estaria a praxar, se não estivesse em madrid. foi das melhores experiências de sempre! e praxe é isso, ponto. se alguém te obriga a X, não é praxe. se alguém te embebada, ou te vai obrigar a Y bêbado, não é praxe. e poderia continuar com mil exemplos que a sociedade nos indica como forma de dizer 'não experimentes'. e a verdade é essa, é que aquilo que é considerado uma 'má praxe', não é sequer praxe.
    r: é das minhas preferidas porque sinto que ficou super fofinha ahah :)

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  2. No meu ano de caloira, apesar dos meus receios por causa da televisão, dos pais e assim, decidi ir para lá de mente aberta e descontraída, e adorei tanto ser praxada que só não acabei precisamente por causa dos meus pais não compreenderem e me terem obrigado a isso.
    Em quase todas as minhas praxes também diziam isso, " só está aqui quem quer" e "ninguém é obrigado a fazer nada". Durante todo o tempo que fui praxada, só disse uma vez "não", porque não me apetecia mesmo comer coisas de olhos fechados. De resto, os meus Doutores sempre tiveram noção dos limites e, como tal, fiz tudo aquilo que nos propunham.
    É pena muitos caloiros já irem para a praxe de pé atrás ou nem sequer experimentarem, o ano de caloiro é mesmo o melhor ano em toda a nossa vida de estudante.
    Beijinhos,
    Cherry
    Blog: Life of Cherry

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  3. quando fui caloira, adorei! nunca tive problemas nenhuns. é mesmo muito fixe. pena que depois daquela cena do Meco, a comunicação social tenha dado tão má nome à praxe :/

    beijinho querida, adorei o teu blog. estou a seguir!!
    TheNotSoGirlyGirl // Instagram // Facebook

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  4. Este tema tem sempre pano para mangas. Como qualquer coisa na vida, quem gosta fala bem e quem não gosta faz o contrário, tão simples quanto isso. Pessoalmente, não suporto praxes. A meu ver deveria ser uma forma de dar as boas-vindas aos novos alunos e incluí-los através de actividades normais de convívio. Não percebo porque é que em algumas universidades (como foi no meu caso), preferiam dar prioridade a sessões de "educação física" ridículas ou tratar os caloiros como criados. Essa mentalidade de "superioridade" irrita-me profundamente e é por esse motivo que um dia bastou-me para tirar as minhas próprias conclusões (independentemente daquilo que sempre ouvi) e não voltei a meter lá os pés. No entanto, sei perfeitamente que existem casos como o teu, em que tudo corre bem e as pessoas divertem-se. Varia muito de instituição para instituição :)

    Ricardo, The Ghostly Walker.

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  5. Na minha altura ainda não existiam panfletos mas sempre existiu opção de escolha. E sim, praxe é sobretudo integração e união!

    PS: segui!

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